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Brasil Poderia Se Tornar 100% Movidos Por Energia Solar, Eólica e Hídrica

Brasil Poderia Se Tornar 100% Movidos Por Energia Solar, Eólica e Hídrica

A pouco mais de um mês de completar 3 anos, o acordo de Paris de 2015 segue como o maior tratado da história no combate as mudanças climáticas, quando, na época, 195 países se comprometeram em reduzir suas emissões de carbono e frear o aquecimento global.

No entanto, segundo o relatório “A Lacuna das Emissões 2017” (The Emissions Gap Report 2017, em tradução livre), elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, é “alarmantemente alta” a janela entre as reduções prometidas e as atualmente cumpridas pelos países integrantes no acordo.

Isso, claro, sem mencionar a polêmica saída dos Estados Unidos (2º maior poluidor do mundo) do tratado em junho de 2017, perpetuada pelo então recém-eleito presidente Donald Trump, que rechaça publicamente o que chama de “farsa do aquecimento global”.

Como um dos países ainda integrantes ao acordo, o Brasil é também um dos poucos que, segundo o relatório de 2017 das Nações Unidas, “provavelmente” deverão atingir sua meta comprometida para 2030 com as ações atualmente implementadas.

Esta meta, segundo informa o site do Ministério do Meio Ambiente (MMA), é a redução de 43% das emissões de gases de efeito estufa em comparação aos níveis de 2005.

Entre os esforços a serem realizados para isso estão o aumento da participação de bioenergia sustentável na matriz energética para quase 18% até 2030, e a ampliação das fontes renováveis na geração elétrica nacional para 45% até o mesmo período.

No entanto, segundo um recente estudo realizado pela Universidade americana de Stanford, o Brasil e outros 138 países participantes do acordo de Paris poderiam chegar em 2050 movidos 100% pelas energias solar, eólica e hídrica.

Estas poderiam ser usadas para “transformar as infraestruturas energéticas para todos os fins (eletricidade, transporte, aquecimento/refrigeração, indústria)”, informa o relatório, que também apresenta um mapa da transição para cada um dos países.

No caso do Brasil, para alcançarmos essa completa descarbonização do nosso setor elétrico, precisaríamos chegar em 2050 com:

  • 7,4% das residências com sistemas solares fotovoltaicos;
  • 10,2% de empresas e prédios públicos com sistemas de energia solar;
  • 42% de usinas solares fotovoltaicas;
  • 10% de usinas solares heliotérmicas;
  • 0,9% de usinas eólicas em terra;
  • 17% de usinas eólicas costeiras;
  • 11,5% de usinas hidrelétricas;
  • 1% de usinas de energia maremotriz.

Segundo o estudo, mais de 772 mil profissionais seriam empregados para trabalhos operacionais e mais de 803 mil deles seriam necessários para as construções desses empreendimentos.

Além disso, com a eficiência na geração e uso das fontes de energias renováveis, o total de energia consumido no país iria apresentar uma redução de cerca de 38%.

Com o corte no uso dos combustíveis fósseis para geração elétrica e a consequente melhoria da qualidade do ar, o país ainda iria evitar as mortes causadas pela poluição de mais de 15 mil pessoas por ano.

Fonte: PV Magazine