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Como Ler Sua Proposta de um Sistema de Energia Solar?

Comprar um sistema solar fotovoltaico, hoje, é muito fácil. Mais do que nunca, temos um setor forte, com muitas empresas trabalhando os mais diversos modelos de sistema e de negócio, e todos oferecendo produtos diferentes com um objetivo final: ajudar você a reduzir sua conta de luz por meio de uma solução tecnológica e sustentável.

Mas, então, com todas essas ofertas e configurações diferentes, como eu vou saber qual a melhor para mim?

Rafael Xavier, gestor do setor comercial da Blue Sol, buscará nos tópicos a seguir, ajudar você a comparar as diferentes propostas e poder escolher, em meio a tantos termos técnicos novos, aquela que seja ideal para você.

O Quê Contempla Uma Proposta?

O primeiro e mais importante ponto é ver o que esta proposta contempla, são 4 os componentes principais para uma proposta completa ou, como utilizado em alguns mercados, uma proposta para o sistema turnkey, ou seja, o sistema chave na mão, aonde a empresa fará tudo e seu único trabalho será “ligar” o sistema para o sistema funcionar.

Estes componentes são:

  • Equipamentos: incluindo os módulos fotovoltaicos, inversor, estrutura de fixação, stringbox e todo o material elétrico necessário para a instalação completa do sistema;
  • Projeto e Documentação de Acesso: qualquer pessoa com um certo conhecimento em elétrico pode fazer um projeto elétrico para o sistema mas, para ser emitido o parecer de acesso, ou seja, o parecer formal da sua distribuidora de energia de que o sistema está registrado e operando, é necessário ter algumas qualificações junto ao conselho de engenharia e à distribuidora;
  • Frete: o devido transporte dos equipamentos até o local de instalação sem custos extras;
  • Instalação: ligação e configuração de todos os equipamentos.
  • (BÔNUS) Financiamento: embora não seja necessariamente um componente, alguns financiamentos possuem garantias e custos extras que muitas vezes não estão incluídos nas propostas.

A inclusão, ou não, de alguns pontos não significa que uma empresa está agindo de má fé, pois hoje no mercado temos ótimas empresas que oferecem só equipamentos com ótima qualidade, mas que não trabalham com serviços, do mesmo modo que temos empresas especializadas em serviços que não trabalham com a venda, em si, dos equipamentos.

Porém, se o seu interesse é um sistema completo, ou turnkey, certifique-se de que está comprando isso! Afinal, isso impacta, e muito, no preço final de um sistema.

Mas os Equipamentos São a Mesma Coisa?

Com certeza, não. Mas, afinal, o que diferencia eles? São tantas as marcas e origens de um equipamento novo que, para a maioria dos clientes, faltam parâmetros de comparação.

Então, como sei quais equipamentos priorizar? Algumas perguntas chave respondem essa dúvida. Se você visa tranquilidade acima de preço, então deve questionar:

  • A fabricante destes equipamentos possui assistência técnica no Brasil?
  • Em quais mercados essa marca opera? Qual relevância dela em mercados mais evoluídos, como o europeu e o norte-americano?
  • Qual a potência, em módulos e em inversor do sistema?
    • Por exemplo, um sistema composto de 10 módulos de 330W cada, terá uma potência de 3.300Wp (Watt pico, que significa que em condições ideias de laboratório, de angulação e radiação perfeita, gerará 330W cada);
    • Já a potência do Inversor pode ser de 3.000W, neste exemplo, que significa que ele injetará até 3.000W na rede, dependendo a geração e módulos.
      • Mas a potência do inversor pode ser menor que a de módulos? Pode e deve! É recomendado que a potência pico de módulos seja entre 10% e 20% maior que a do inversor.
  •  A especificação técnica dos equipamentos condiz com a do local de instalação, afinal, não podemos instalar um inversor trifásico em um local bifásico, ou um inversor de 380V em uma casa que recebe energia em 220V.

Ao nos atentarmos nestes pontos, conseguiremos os melhores equipamentos para otimizar a geração e evitarmos ao máximo ter problemas técnicos.

Por que Alguns Sistemas Geram Mais e Outros Geram Menos?

O cálculo de geração proposto para um sistema sempre será um número estimado, proveniente de uma conta baseada em premissas, portanto, sempre será um exercício de “futurologia”.

Porém, ao utilizarmos a metodologia certa e indicadores fundamentados, estaremos muito mais perto do resultado esperado. Vamos a estes indicadores:

  • Índice de Horas Sol Pico (HSP) de uma região: principal indicador para se estimar a geração de um sistema solar, este dado é um indicador histórico que mede, ao longo dos anos, a média de horas de sol por dia que cada um dos meses do ano tem, por exemplo:
    • Um índice de HSP de 5,2 significa que esse local (bairro, cidade, região etc) possui uma média de 5,2 horas de sol por dia durante o período citado (pode ser por ano ou de algum mês).
    • O cálculo mais preciso que temos é de HSP para cada dia do mês, aonde teremos um gráfico que irá prever as sazonalidades de geração, pois é notório que o sistema gerará menos no inverno, que geralmente traz mais chuvas e menos sol para o local, por exemplo.
    • Por fim, como se trata de um número histórico e não exato, podemos ter para a mesma região dois HSP diferentes, aonde eles podem abranger períodos temporais diferentes para a média histórica.
  • Fator de perdas: um item muitas vezes ignorado ou mal interpretado. Todo sistema sempre terá perdas de geração, ou seja, baseado no exemplo anterior, o que impedirá aqueles 10 módulos de 330W gerarem os 3.300Wp do sistema? As perdas!
    • As perdas básicas que utilizamos na Blue Sol seguem um extenso estudo do nosso corpo técnico e observações empíricas mediante os quais chegamos na seguinte condição: foi considerado 12,65% de perdas por temperatura, 2,27% de perdas na conversão CC-CA, 8,05% de perdas por sujeira e sombreamento e 2,3% de perdas no cabeamento, totalizando 25,27% de perda.
      • Estes números podem variar dependendo de algumas condições como: sentido do telhado aonde o sistema será instalado, configurações técnicas do local, sombreamento, eficiência do inversor e limpeza do local.
  • Potência Pico do sistema: sempre se certifiquem da potência total que estamos falando, principalmente no número de módulos e de qual é a sua potência.

Por fim, caso alguns números estejam divergindo na comparação entre duas propostas, não quer dizer que alguém está certo ou errado, mas que utilizou premissas diferentes.

Porém, sempre questione quando as diferenças forem grandes e sempre busque comparar sistemas de mesma potência, não de mesma geração.

E essa diferença de preço?

Agora, o assunto mais polêmico. Como falamos no começo do texto, dependendo do que é oferecido, os preços irão variar bem.

Logo, uma proposta de apenas equipamentos será bem mais barata do que uma turnkey, e etc. Portanto, como posso saber que uma proposta é justa?

Além de verificar todos os pontos já citados sobre os sistemas/equipamentos, sempre busque saber mais sobre a empresa que os está comercializando, como por exemplo:

  • Quanto tempo de atividade tem essa empresa? Afinal, o sistema é um “casamento” de 25~30 anos, então busque alguém com bases sólidas;
  • Qual o portfólio dessa empresa? Pois a sua experiência, em números de sistemas, principalmente na sua região e com a sua distribuidora de energia, pode facilitar muito sua vida;
  • Qual a estrutura dessa empresa? Uma empresa com um corpo técnico especializado e equipe de engenharia qualificada irá agilizar e otimizar o seu projeto!

Por fim, a ideia deste texto é a de lhe ajudar a escolher a melhor opção, entre as várias que temos no mercado hoje, que encaixe com a sua necessidade e evite dores de cabeça no futuro!