Na semana passada, durante a 3ª edição da Brasil Solar Power, representantes da ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica) apresentaram a informação de que o Brasil acabou de atingir 1,5 GW de capacidade instalada da fotovoltaica.
Trata-se de um dado surpreendente para um país que apenas recentemente, início de 2018, atingiu o seu primeiro gigawatt instalado, após cerca de 6 anos desde que a tecnologia começou a ser difundida por aqui.
Quando, no final de 2012, a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) divulgou a sua Resolução Normativa Nº 482, a tecnologia se tornou uma opção para consumidores de todo o país que desejassem gerar a sua própria energia.
E, se até então o número de sistemas de geração fotovoltaica era praticamente zero, hoje já são mais de 30.500 deles instalados no país, número que cresce vertiginosamente a cada ano.
Enquadrados no segmento de geração distribuída, esses consumidores gerando a sua própria energia dividem-se entre residências, empresas, comércios, propriedades rurais e até mesmo órgãos públicos, todos em busca da economia gerada na conta de luz.
Entre os diversos fatores puxando esse crescimento de consumidores/produtores, podemos destacar dois: a redução de 75% no preço da tecnologia nos últimos 10 anos e o forte aumento do preço da energia elétrica no país, que desde 2012 acumula uma alta de 499%, segundo dados do Ministério de Minas e Energia (MME).
Aparte do segmento distribuído, onde domina com mais de 99% dos sistemas instalados, a energia solar fotovoltaica agora começa a despontar como favorita também no segmento de geração centralizada.
Desde a realização do primeiro leilão de energia do governo com participação da tecnologia, lá em 2014, o número de projetos vencedores só aumenta a cada novo certame, resultado dos valores super competitivos da fotovoltaica.
Com isso, o número de usinas solares sendo instaladas no país, principalmente na região Nordeste, aumenta a cada ano e, com os novos projetos entrando em operação este ano, o país deverá fechar 2018 com 2,4 GW instalados da fotovoltaica.
Desenvolvimento
Além da economia aos consumidores e uma necessária diversificação da matriz energética brasileira, toda essa expansão da tecnologia também resulta em desenvolvimento para o país, que se beneficia de investimentos e geração de empregos.
Somente o segmento de geração distribuída atraiu mais de R$ 2,1 bilhões em investimentos acumulados desde 2012, espalhados por todas as regiões do País.
Junto com o segmento centralizado, o setor brasileiro atraiu R$ 6 bilhões em investimentos em 2017, os quais deverão somar aproximados R$ 20 bilhões em 2018.
“Com isso, o Brasil caminha se tornar um protagonista mundial neste setor. Atualmente, a fonte ainda representa menos de 1% da matriz elétrica brasileira, mas levantamentos da empresa de pesquisa energética projetam que, até o ano de 2030, este número subirá para mais de 10%”, afirma Rodrigo Sauaia, presidente executivo da ABSOLAR.
Já na geração de empregos, o setor solar brasileiro espelha o resto do mundo, onde a fotovoltaica destaca-se como a fonte que mais contrata, com 3,4 milhões dos 10,3 milhões de trabalhadores dentro do setor mundial de renováveis.
Mais de 20 mil novos empregos, diretos e indiretos, foram criados no mercado brasileiro somente em 2017, número que deve se repetir até o fim de 2018, segundo estimativas do setor, sendo que 20 a 30 novas vagas são criadas para cada megawatt da solar fotovoltaica instalada.