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Uma Das Maiores Empresas de Energia do Mundo Abandona Novas Usinas à Carvão

Uma Das Maiores Empresas de Energia do Mundo Abandona Novas Usinas à Carvão

Segundo uma declaração postada hoje, dia 18 de setembro, em seu site, o conglomerado Marubeni, uma das maiores empresas de energia do mundo, anunciou que irá abandonar novos projetos de usinas à carvão.

Esta é, de acordo Tim Buckley, do Instituto de Economia da Energia e Análise Financeira, “uma das maiores manchetes de 2018 em relação a transição energética”.

Admitindo que as mudanças climáticas são um “grande problema compartilhado entre toda a humanidade” e reconhecendo seu papel como grande emissora, a gigante japonesa também se comprometeu a reduzir pela metade a sua capacidade instalada de usinas à carvão, que somam 3 gigawatts, até 2030.

Para isso, a empresa informou que irá aumentar a sua produção através de tecnologias por fontes renováveis, elevando a participação delas em seu portfólio, de 10%, para 20%.

Mesmo sendo, atualmente, uma das maiores responsáveis pela emissão de CO2, com 11% de participação no total mundial de usinas à carvão, a empresa já vem investindo nas fontes limpas, como a construção de uma das maiores usinas solares do mundo, com 1,17 gigawatts de potência instalada.

Uma das razões para essa transição da Marubeni, de acordo com especialistas do setor, é a pressão colocada por bancos estrangeiros sobre a empresa, que se recusavam a financiar novos projetos elétricos movidos por combustíveis fósseis.

O banco holandês ABN Amro parou de financiar projetos de usinas de carvão em 2016. Os bancos AXA, Generali, Allianz e SCOR seguiram o exemplo logo em seguida e bancos japoneses estão considerando fazer o mesmo.

Enquanto ativistas descrevem a ação da Marubeni como um divisor de águas na transição global rumo as fontes renováveis, os maiores investidores do carvão ainda seguem poluindo.

Segundo a ONG ambientalista Urgewald, 1.600 novas usinas à carvão estão nos planos para serem instaladas no mundo, um golpe fatal no combate às mudanças climáticas.

Somente as principais empresas de energia da China possuem 149 GW de capacidade planejada, enquanto a Corporação Nacional de Energia Térmica da Índia prevê novos 38 GW de usinas à carvão.

Para garantir que as temperaturas globais fiquem abaixo de 2° Celsius, conforme o alerta de cientistas para prevenir um desastre climático, maiores esforços serão necessários.