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Energia Solar no Brasil Ultrapassa Primeiro Gigawatts Instalado

Confirmando as projeções feitas pelo setor no começo de 2017, o Brasil começa 2018 com 1,1 Gigawatts (GW) de potência instalada da tecnologia solar fotovoltaica, marca histórica que o coloca no seleto grupo de 30 países a atingirem tal número.

Essas são informações oficiais da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), órgão máximo de representação da solar no Brasil, fundado em 2013 e que trabalha para fomentar a tecnologia no país.

Segundo a Associação, tal marca foi alcançada graças ao forte desenvolvimento da fotovoltaica nos últimos anos, principalmente em 2017, quando se viu ampla expansão dos segmentos de geração distribuída e centralizada.

Na geração distribuída, caracterizada pelas micro e miniusinas instaladas próximas ou no próprio local de consumo, o país vem acumulando um crescimento consecutivo de 300% nos últimos três anos.

Como fatores dessa expansão do segmento, podemos destacar a queda dos preços dos sistemas, incentivos na geração por partes dos governos federal e estadual, e facilidades de aquisição, tais como linhas de financiamento e sistema de consórcio.

Com mais de 20 mil sistemas de geração distribuída espalhados por todo o país, tendo sido 10 mil instalados apenas no ano passado, atualmente já são gerados 0,164 GW de energia nos mais diversos tipos de estabelecimentos, desde casas até indústrias.

A geração centralizada também se destacou em 2017, quando entraram em operação grandes usinas solares contratadas nos leilões de energia realizados pelo governo em 2014 e 2015.

Localizados principalmente na região Nordeste, onde fazem proveito da forte irradiação solar, os parques solares em operação no Brasil geram atuais 0,935 GW de potência, aliviando uma matriz elétrica dependente da fonte hídrica e que sofre para suprir o consumo da população.

Juntos, então, os dois segmentos geram 1,1 GW de energia solar, quantidade suficiente para atender 500 mil residências brasileiras com 4 pessoas cada, ou seja, cerca de 2 milhões de consumidores do país.

     
              Fonte: Absolar

Sol Nascente

Quando pensamos na abundância de luz do sol existente no Brasil, fonte que alimenta a tecnologia, vemos que essa marca é apenas o começo de um país cada vez mais movido a energia solar.

Com o primeiro gigawatt de projetos em operação ultrapassado, o Brasil segue adiante com vários empreendimentos em construção ou já contratados e previstos para serem entregues nos próximos anos.

Foi o caso ocorrido no último Leilão de Energia Nova A4 (LEN A4), no final de 2017, que viu novos 20 projetos de usinas solares contratados, resultado da queda do preço da fotovoltaica, que pela primeira vez ficou abaixo de tecnologias tradicionais, como a hídrica, e que deverão continuar lhe rendendo projetos.

“Celebramos com otimismo este passo histórico para a fonte solar fotovoltaica no Brasil, com a certeza de que teremos um forte crescimento do setor nos próximos anos e décadas.”, declarou Rodrigo Sauaia, presidente da Absolar.

Ele, no entanto, ressalva:  “O Brasil está mais de 15 anos atrasado no uso da energia solar fotovoltaica. Temos condições de ficar entre os principais países do mundo neste mercado, assim como já somos em energia hidrelétrica, biomassa e eólica. Para isso, precisamos de um programa nacional estruturado para acelerar o desenvolvimento da energia solar fotovoltaica. Esta oportunidade precisa entrar na pauta dos governos, políticos e candidatos, especialmente em um ano de eleições como o de 2018”.

Esse programa de estruturação do crescimento da solar no Brasil foi levado ao Ministério de Minas e Energia (MME) pelos dirigentes da Absolar, que o apresentaram ao ministro Fernando Coelho as ações recomendadas para impulsionar o setor brasileiro, como a contratação anual de 2 GW de projetos em usinas e abertura de linhas de financiamento mais acessíveis à população.